A Revolta da Cachaça
O primeiro protesto do Brasil foi a Revolta da cachaça. Em 1660, produtores de aguardentes do Rio de Janeiro se manifestaram contra novos impostos, enquanto o governador da capitania estava fora da cidade. "A ideia de que ás vezes é justo ser contra o governo surgiu na Reforma Protestante", afirma Schiling. A violência do período que se seguiu á publicação das teses de Martinho Lutero, em 1517, levou pensadores a defender a ideia de que a religião era algo de foro íntimo e não cabia ao Estado fazer imposições. Assim, ao menos em uma situação, era justo protestar.
A ideia se expandiu como o Iluminismo. O filósofo Jonh Locke afirmou que contra a tirania a rebelião não era apenas um direito, mas um dever. Nos EUA, país nascido de uma revolução a Primeira Emenda da Constituição, de 1791, garante liberdade de reunião. Era tão radical que demorou a colar. As questões sociais continuaram a ser tratadas como caso de policia. Foram necessários ícones como Gandhi e Martin Luther King Jr. para impregnar a consciência ocidental com a visão de protestos podem ser justos, pacíficos e organizados. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinada em 1948, na ONU, garante o direito da manifestação. Mas, como mostram eventos recentes, manifestantes e policiais podem ainda assumir atitudes de outras épocas.