sábado, 23 de julho de 2016

Execução em família: mais comum do que se pensa....




Quando jovem presidente da Coreia do Norte, Kim Jong-un, ordenou a execução de seu tio em dezembro de 2013, o ocidente sentiu-se ultrajado. Mas ele não estava fazendo nada de surpreendente (ou, na verdade, inesperado) pelos padrões históricos. Assassinar os rivais ao poder, inclusive da própria família, mostra-se uma prática padrão em todo o mundo desde o início dos tempos. Por exemplo, cerca de um terço de todos os imperadores romanos ocidentais foram assassinados ou executados.

Isso não quer dizer que não existiam leis contra o assassinato na vida civil, mas era um crime mal definido e, no mundo romano, a legítima defesa sempre permitia o perdão da pena. Não havia dificuldades em, por exemplo, articular uma briga de rua para assegurar o fim desejado. No campo de batalha, 50 mil foram trucidados pelo exército de Aníbal em um dia, na batalha de Canas em 216 a.C.

Para os historiadores de qualquer época e lugar, tais ocorrências eram totalmente corriqueiras. Elas foram e sempre acabam sendo um alternativa. Porém, isso cria um problema: por que será que, na maior parte do ocidente nos últimos cem anos (um mero ponto na história da humanidade) tal atitude cavalheiresca em relação á vida tornou-se tão completamente inaceitável ?

Em particular, por que será que a pena capital é agora uma maldição ? Afinal de contas, a execução de criminosos foi desenvolvida para servir a algum honroso propósito civil ( retribuição, proteção comum ou, como  argumentava o antigo grego Pitágoras, desencorajamento). O que mudou em um período notavelmente tão curto de tempo que, por exemplo, ser membro da União Europeia dependa da abolição da prática ?

Eu me encontro ainda tentando estabelecer exatamente o que foi essa mudança ( e por que, á luz da história, teve um efeito dramático tão rápido).